O nosso pinheiro manso...
Descíamos de mão dada. Ela, com uma cesta na outra mão. A rua continuava, agora, em terra batida. Entrávamos pelo caminho do pinhal. Acelerava o passo, ansiosa por chegar ao grande pinheiro manso. A sombra daquela copa majestosa, era o local preferido para os picnics. A minha avó tirava do cesto, uma pequena manta, a toalha e o nosso lanche. Enquanto eu corria feliz, aquele era o meu pinhal, o meu pinheiro manso! Quando havia pinhões, apanhava-os. Aprendi a parti-los, ali mesmo, com a ajuda de uma pedra. Quando não queria mais, juntava-os num saquinho de pano e levava-os para partir depois. Estes lanches, debaixo do meu pinheiro manso, guardo-os em sabor e memórias felizes da minha infância. Em dias como hoje, sem pinhões, em que a minha avó sentia que eu estava aborrecida...lá íamos nós, àquele lugar tão nosso, cúmplices e felizes lanchar...
Um lanche normal, tornava-se especial!