Acordei várias noites a gritar pela minha mãe...
Este pesadelo repetitivo, acompanhou-me durante a minha juventude, terminava sempre no momento em que gritava a plenos pulmões pela minha mãe. A minha mãe acordava com os meus gritos e vinha ao meu encontro. Tive sempre dificuldade em lembrar-me de todo o pesadelo. Recordo apenas a minha imagem a correr. Corria sobre uma estrutura metálica de vários andares, do meu lado esquerdo, em baixo, estava algo prestes a explodir (hoje associo a algo parecido com uma central termoelétrica). Eu, estava em pânico, corria cada vez mais depressa. Nunca percebi se fugia ou corria em direção à minha mãe! Sei apenas que no exato momento em que chamava por ela...o pesadelo acabava! Eram imagens pouco comuns naquele tempo, difíceis de entender e até de explicar.
Estava longe de imaginar que este "Pesadelo" um dia nos salvaria a vida...
Certa noite, acordei a gritar pela minha mãe mas...ela não chegou perto de mim! Havia algo diferente, eu acordei com a cabeça a latejar. Ouvi um estrondo, corri em direção ao quarto dos meus pais e percebi que a minha mãe tinha desmaiado, mal se levantou. Gritei para acordar o meu pai...a minha irmã acordou assustada e vomitou... O meu pai disse-me para abrir as janelas e a porta, a minha mãe lá voltou a si... Lentamente a casa libertou os gases acumulados, devido a uma fuga na exaustão do esquentador, durante os nossos banhos (antes de deitar). Os enjoos e dores de cabeça, duraram dias, mas continuámos cá!
Agradeço pelo "Pesadelo" que, curiosamente, não me recordo de voltar a ter!
Este é um post para a rubrica Palavras Cruzadas, iniciativa da Rita da Nova com o P.A.