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Achintya

Porque há coisas que não se explicam, sentem-se intensamente

Porque há coisas que não se explicam, sentem-se intensamente

Achintya

01
Set20

amar a vida e acreditar...

kamini

Quando começamos a sentir a vida a acalmar, sentimos a estabilidade e respiramos de alívio!

Saboreamos os momentos de felicidade e, quando nos estamos a habituar, a vida mostra-nos que nada é nosso...alguma coisa perturba a nossa paz!

Voltamos a sentir instabilidade e receios. Valorizamos, ainda mais, os momentos de felicidade.

Percebemos que, a felicidade é um conjunto de pequenos momentos que nos enche o coração de esperança. Faz-nos acreditar e desejar por mais, mesmo no meio da insegurança.

Tomamos consciência da nossa insignificante condição humana, da nossa incapacidade de comandar a vida.

Mas, sobretudo, percebemos a nossa infinita capacidade de amar, amar a vida e acreditar...

25
Set19

"Mamã! Contigo aqui é que eu ia gostar..."

kamini

Quando a vou buscar à creche, gosto de ficar a observar, antes que me veja.

Não tem estado a chorar. Assim que me vê...começa a chorar e vem a meu encontro. Tipo trator, por cima de tudo...

Miminhos para aqui...conversa para  saber como correu o dia...      

Não tem pressa nenhuma para vir embora. Agarra-me a mão e quer voltar para a sala. 

Só falta dizer "Mamã! Contigo aqui é que eu ia gostar..."

19
Set19

Apetece-me ceder...acabar com esta tortura!

kamini

Vamos na terceira semana. Já se notam grandes melhorias no comportamento, quando regressa a casa. Voltou a ser descontraída e bem disposta...o que me tem dado forças para persistir! Até a notamos mais sociável...já não vira a cara e tapa os ouvidos tão frequentemente, quando alguém fora do núcleo familiar interage com ela!

Confesso que..o mais difícil são as noites! Adormece-la não tem sido problema, anda mais cansada. Mas continua a acordar aos gritos. Gritos difíceis de calar...dou miminhos, falo com ela, canto, desespero...e nada a acalma. Do nada...acaba por se calar. Para recomeçar pouco depois. Várias e dolorosas vezes! Por vezes, tenho dúvidas se está acordada ou a dormir...

Tenho aguardado que melhore...sei que é uma fase complicada para ela. Precisa de tempo. Tenho-me dedicado a ela ao máximo...para que perceba que não foi um abandono. Começo a sentir-me demasiado cansada. Preciso dormir um par de horas seguidas...por favor!

Apetece-me ceder...acabar com esta tortura! Mas, nesta fase, seria contraproducente. Seria iludir...para pouco depois a voltar a dececionar...

 

 

 

 

 

14
Jun19

E é isto... a loucura cá em casa...

kamini

Animais de estimação dentro de casa...Não! 

Já passaram alguns aqui por casa...cães e gatos que viviam da parte de fora da porta. Os miúdos fizeram várias tentativas para os trazer para dentro...mas não!

Se cresci com eles em casa...Sim! Mas, com o tempo, fiquei esquisita com as limpezas e só a ideia de ter animais a coabitar o mesmo espaço...Nem pensar nisso...faz-me comichões!

A filha mais velha adora animais e volta e meia tenta a sua sorte...Com o nascimento da irmã, o tempo para essas aventuras, foi drasticamente reduzido...Dissemos sempre " se queres um animal, é tua inteira responsabilidade" " É uma coisa muito séria, não se desliga quando não temos tempo ou paciência..." Teve medo, muito medo...e nunca assumiu esse compromisso.

A miúda mais pequena já começa a estar crescida, gostamos que ela veja e contacte com os animais...até que, num quintal de uns familiares:

viu..

interagiu...

voltou a ver...

a mexer...

a carregar nos olhos...( devagarinho!)

a acariciar de baixo do pescoço...

a rodar a cabeça para se verem nos olhos...

Para tudo! Elas estão a criar laços? Não...A gatinha ainda é muito pequena (a irmã era o dobro dela!)

Começa o pai: " Gostas da gatinha?" "devagarinho, só festinhas de gato!"

Eu: "Ela está encantada..." "Tão fofas..."

Familiar: "Leva a outra, essa é enfezada..."

Nós: " Não, nem pensar!" e a pensar que até faria bem à miúda...e à pobre enfezadinha...

Viemos embora. Passamos no parque com a pequena. 

Eu: "Ela gostou da gata"

Pai: " Pois" "E nas férias?"

Eu: "Vê se aceitam animais". Ele foi ver e disse que sim...

Pai: " Dava cabo dos sofás..." Lembrei-o que estão velhos, quase a precisar de remendos...(andamos há algum tempo a pensar comprar uns novos, mas com a miúda pequena achamos que não seria a melhor altura para investir nisso)

Não...

Saímos do parque, para regressar a casa. Diz o pai: "Como é? Vamos buscar a gata ou não?" 

...

A miúda mais velha entrou no carro. Olhou para mim e viu um gato enroscado no colo.

Disse: "Eu não acredito! O que é que se passou com vocês?" " Vocês estão bem ?"

E é isto... a loucura cá em casa...tenho uma gata dentro de casa!

 

 

 

28
Fev19

O nosso pinheiro manso...

kamini

Descíamos de mão dada. Ela, com uma cesta na outra mão. A rua continuava, agora, em terra batida. Entrávamos pelo caminho do pinhal. Acelerava o passo, ansiosa por chegar ao grande pinheiro manso. A sombra daquela copa majestosa, era o local preferido para os picnics. A minha avó tirava do cesto, uma pequena manta, a toalha e o nosso lanche. Enquanto eu corria feliz, aquele era o meu pinhal, o meu pinheiro manso! Quando havia pinhões, apanhava-os.  Aprendi a parti-los, ali mesmo, com a ajuda de uma pedra. Quando não queria mais, juntava-os num saquinho de pano e levava-os para partir depois. Estes lanches, debaixo do meu pinheiro manso, guardo-os em sabor e memórias felizes da minha infância. Em dias como hoje, sem pinhões, em que a minha avó sentia que eu estava aborrecida...lá íamos nós, àquele lugar tão nosso, cúmplices e felizes lanchar...

Um lanche normal, tornava-se especial! 

21
Fev19

... a querida do avô!

kamini

A idade já lhe pesa...muito! Não sai de casa. Tem medo de cair. Dá pequenos passos...de bebé!

Nota-se a dificuldade em manter uma conversa, falamos de alhos e responde em bugalhos! Orgulhoso, não assume a dificuldade em ouvir...

Eu continuo a ouvi-lo, muda de assunto, fala cada vez mais do passado. Recordamos histórias vividas, com uma saudade imensa! 

O meu querido avô, está hoje de parabéns! 

Guardarei sempre no meu coração, o amor e carinho com que diz " ...a querida do avô!" 

Fui, sou e serei sempre a tua querida. Assim como tu foste, és e serás sempre o meu querido avô!

Parabéns, meu querido Avô!  Que passes um dia muito feliz!

23
Nov18

Fica comigo...

kamini

Estava a adormecer a pequena. Aquela mãozinha linda...a agarrar-me. A dizer-me para ficar!

Fez-me recordar...quando eu não queria dormir a sesta. Acabava por ceder, com a condição da minha avózinha ficar comigo. 

Ficas comigo avó. Mas não vais embora. Está bem? 

Agarrava-me a ela, que nem um carrapato! Até o sono levar a melhor.

Obrigada querida avó! Por toda a paciência...por tanto amor! Por, apesar de já cá não estares, me encheres os dias de tão boas recordações!

31
Mai18

O primeiro encontro...

kamini

 O dia chegou. A barriga não a deixava relaxar...aquele nervoso miudinho provocava-lhe cólicas. Calma, isto não é nada. Assim não chegas à tarde! Dizia a si própria. Ele apareceu, à hora do almoço, a confirmar mais uma vez. Vou estar aqui à tua espera. Disse-lhe.

Subiu para a mota, a tremer...sem saber para onde ia.  Tinha ideia dos riscos. Não se deixou intimidar. Tremia, mas não era o medo que a comandava, era a adrenalina! Sabia apenas que queria ir...rumo ao desconhecido.

Pararam num centro comercial. Ela, ainda lívida, desmontou desajeitadamente. Era tudo novo, deslumbrante, assustador, desafiante.  Ele ajudou-a a tirar o capacete, sentiu-se corar...o sangue voltou a circular a alta velocidade. Agora que estava parada e tão próxima dele.

Anda, vamos lanchar! Disse-lhe ele. Caminharam lado a lado, até ao último piso. Entraram na melhor pastelaria da cidade e procuraram uma mesa. Alguns momentos de um silêncio constrangedor, receio de se olharem nos olhos. Fizeram o pedido. Cada um, com seu bolo e sua coca cola. Ela tinha a sensação que, algo tão natural como comer, parecia agora um bicho de sete cabeças. Toda Ela tremia...as mãos poderiam traí-la  a qualquer momento. Seria bonito...a mesa teria uma nova apresentação...e Ela também! Fizeram conversa de circunstância, os dois perdidos. Até que Ele diz corajosamente : " Gostava muito de te conhecer melhor. Queres namorar comigo?". Desta vez ia cuspindo a bebida que tinha na boca...ficou calada por uns instantes que, a Ele, pareceram uma eternidade. Sentiu o rubor nas faces mas conseguiu dizer "Sim, também gostava de te conhecer melhor."

Terminaram o lanche e Ele levou-a de volta à escola. Ao contrário do expectável, despediram-se, desajeitadamente,  com beijos na cara. Afinal estavam a conhecer-se...

Ela passou todo o fim de semana a pensar Nele.  Curiosamente, apreciou o facto de Ele não a ter beijado...

Mas Ele seria assim tão bom rapaz ou estaria só a gozar com Ela?

 

 

 

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